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Filha da cantora Amália Fernandez Conde, irmã de Ramon , do ex-prefeito Luiz Paulo Conde e sobrinha do compositor e maestro Oscar Lorenzo Fernandez, Cecília Fernandez Conde nasceu no Rio de Janeiro e fez seus estudos de piano e de canto no Conservatório Brasileiro de Música, fundado por seu tio, por sua mãe e por outros amigos músicos. Neste conservatório, ela fez sua carreira de musicista e professora.

Enquanto diretora técnico-cultural do estabelecimento foi a responsável pela criação do curso de Musicoterapia e do programa de pós-graduação. Ela ainda foi acadêmica na Academia Brasileira de Música ocupando a cadeira nº 3.

Cecília ministrou aulas em todos os estados brasileiros, participando de diversos projetos educacionais e culturais.

De 1964 a 1987, compôs músicas para mais de 30 espetáculos teatrais, entre eles “O arquiteto e o imperador da Assíria”, em 1970 (que lhe rendeu o Prêmio Molière de melhor música para teatro); “Hoje é dia de Rock”, em 1971; e “A China é azul”, em 1972.

Entre suas premiações, destaca-se o Prêmio Nacional da Música, de 1996, categoria Educação Musical (Funarte/Ministério da Cultura).

Cecília fez parte da coordenação do projeto Música na Escola, junto à Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, entre 1999 e 2002. Ela presidiu o Comitê Latino-Americano de Musicoterapia e foi membro honorário do Foro Latino-americano de Educação Musical.

Link  Cecilia Conde Itaú Cultural

Cecília Conde | Enciclopédia Itaú Cultural


Cecília Conde por Adriana Rodrigues

 

Cecilia Conde, carioca galega, filha de Dom Ramon e Dona Amália, nasceu entre couros de sapatos e coro de vozes. Ora na Tijuca, ora no Jardim Pernambuco, mas sempre fiel a Copacabana. Cresceu nos corredores, nas salas e aulas do CBM, sendo chamada por Dona Amália para fazer número nos cursos em que não aparecia ninguém e até para aplaudir os grandes artistas e compositores que passaram e passam até hoje pela Graça Aranha.

Sua irreverência pode ter vindo da avó, com quem tinha discussões acaloradas; seus momentos de apaziguar os conflitos são inspirados nas pombinhas que Dona Amália sabiamente apontava na janela para acalmar os ânimos; sua gula pode ter vindo da Galícia, pois a quantidade de suas estadias por lá coincide com a dos diferentes mariscos devorados; quitutes, só os de Geni e Madalena, esta, amiga que, aos sábados lhe preparava os melhores.

Mulher da noite: “chegar cedo? Nem morta!”.

Cecilinha para os primos e irmãos; “Titia” de todos os sobrinhos, responsável pela introdução deles, tanto na música, quanto nos lanches da Colombo, compartilhando generosamente as risadas, os choros, desabafos e as necessidades de cada um.

Turbilhão de criação na composição, na voz, no piano, no teatro, na dança (quem nunca se encantou ao ver Cecilia dançando?).

Aprendiz de Dona Liddy Mignone, Drª Nise da Silveira, Augusto Rodrigues, entre muitos outros; companheira do bonequeiro argentino Pedro Dominguez, abalou o coração de vários admiradores apaixonados, que sempre se encantavam com sua maneira irreverente e apaixonada de ser.

Queridíssima por todos os que conviveram com ela, alunos, professores, músicos, era diretora da própria vida, crítica em relação a tudo que ouvia e via; mais do que generosa com todos que a procuravam com algum pedido.

Fez Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado em Paixão: pela vida, pelo homem e pelas artes.

Adriana Rodrigues, setembro de 2018